24.7.10

Viagem até ao Norte. Cap-Haitien

Acordou-se às 4h30 e saímos às 5h30 a caminho do norte. No final de 2h de viagem lá demos com um supermercado após 2 paragens frustradas. Era uma casinha com 3 corredores de prateleiras: um dedicado a produtos de limpeza e higiene, outro de comidas e águas/sumos e um último a bebidas alcoólicas e acho que uns baldes e esfregonas.
Conseguimos construir um pequeno-almoço com umas bolachinhas de água e sal, aperitivos (cajús e "nachos") e água.
As estradas são uma loucura, cada buraco consegue ser pior que o anterior e quando entramos nas povoações, nos 6m de largo de caminhos de terra a que lhe chamam ruas, convivem porcos, galinhas, oficinas, mercados, pessoas, bicicletas, motas, camiões, jipes e poças de água que mais parecem piscinas de lama. É uma aventura e digno de muitas fotografias. As costas e pescoços dos brancos queixam-se com tanto salto e chocalho. Só me lembrava da travessia da Jordânia, embora não fosse assim tão má como aqui.
O caminho apesar da pobreza atroz consegue ter paisagens muito bonitas, com rios barrentos e imensas bananeiras.
O mar em Cap-Haitien convida ao mergulho, mas só lá muito fundo, pois na suposta praia amontoam-se toneladas de lixo, como é comum por estas terras. Uma pena.
Visitei umas barraquinhas de artesanato e lá fizemos negócio. Tive pena de ter de regatear, dá vontade de deixar cá o dinheiro todo para que estas pessoas consigam ter o básico.

No regresso apanhámos umas 2h já sem sol. Outra aventura. Não há luz nas estradas, nem na maior parte das casas. Alguns carros têm faróis a funcionar, outros só um e outros nada. A população como sempre continua na rua, a tentar vender e é iluminada pelos faróis dos carros.
Realmente o Yuvens é excelente condutor, apesar de voar por cima dos buracos, fazer ultrapassagens malucas e andar a 100 km/h nas estradas de montanha em contra-mão. Conseguimos mais uma vez sobreviver às estradas haitianas e não matámos ninguém. Qualquer condutor aqui, que não de cá, tinha um acidente mal pusesse o carro a funcionar. Só os das Nações Unidas é que se aventuram.

Esta aventura durou 11h. Estamos estafados. Até já.

2 comentários:

serebelo disse...

Estás no Haiti ou no Niassa? Beijos.

Terramota disse...

:) É parecido, é parecido.
Beijo