Após breve ausência cá estou de volta da ilha verde e prata onde as 4 estações se fazem sentir todos os dias.
Desta vez não tinha borboletas no quarto apenas baratas. Certa noite uma coisa castanha com asas e gigante saíu dos cortinados. …Asfixiei-a…com um copo de vidro. Fora do quarto lagartixas, baratas e centopeias enfeitavam as paredes das casas e pelas canadas e ladeiras os cães de fila pregavam-me uns sustos do diabo! Não estivessem presos, já cá não estava para contar histórias. Estar nos Açores é quase um reviver dos meus tempos passados na Amazónia.
Aspectos positivos:
Conheci um lugar mágico na freguesia de Cedros. No meio do verde as casas em pedra construíram caminhos de cabras e, neste cenário surge um restaurante mínimo e acolhedor explorado actualmente por um casal inglês amoroso: “O Esconderijo”. Não podiam ter escolhido um nome melhor!
Após uma semana por estas terras de lava lá consegui ver as outras terras de lava, o Pico. Nesse dia não choveu todo o dia, o céu estava quase limpo, um calor soberbo e após o meu trabalho levei o meu livro à praia de Porto Pim. Fantástico. O final de tarde foi magnífico, pela 1ª vez pude admirar o extraordinário “chapéu” do Pico (pronúncio de mau tempo no dia seguinte, porém apenas chuviscou pela manhã).
Como não podia deixar de ser e na companhia dos meus novos amigos em Porto Pim conheci a noite Hortense. Não é uma vida nocturna agitadíssima, mas sabe muito bem ir ao Cineclube da Horta, no bonito Teatro Faialense, onde quase todos os eventos da ilha se passam neste espaço. Vi 2 filmes portugueses, inseridos no Programa de Itinerância Cinematográfica: Quando Troveja e O Fantasma.
No último sábado fomos ouvir a Cristina Branco. Gostei da voz mas tudo o resto parecia estar deslocado. Não houve grande empatia com o público e podia até ter sido bastante caloroso uma vez que a sala é pequena, não devíamos ser mais de 30 pessoas e o ambiente café-concerto era propício a uma muito maior participação e envolvimento por parte dos músicos. A semana passada com o Mário Laginha acho que foi muito bom, infelizmente não tive oportunidade de ir.
Relativamente aos nossos Faialenses achei-os um pouco distantes e fechados. No Pico são mais simpáticos e calorosos. Antigamente os senhores estavam no Faial e o Pico trabalhava para os seus senhores. Os tempos mudaram, a pose continua.
O isolamento em que vivem e a estação que se avizinha, o Inverno que reduz e muitas vezes impede a saída dos barcos para as ilhas adjacentes, tornam o isolamento ainda maior. O meio pequeno em que se encontram e onde toda a gente se conhece torna-os talvez ainda mais fechados nos seus casulos. As poucas lojas que existem na cidade fecham ao fim-de-semana (excepção para a dos chineses (espertos!)), os cafés e restaurantes encerram quase todos e as pessoas passam os tempos livres nas suas mansões, ligadas ao exterior via Internet.
Não quererão os Faialenses revitalizar a cidade, aproveitar alguns palacetes magníficos que estão fechados ou pouco explorados para darem aulas, fazerem exposições, mostras, transformarem em livrarias, lojas, criarem espaços lúdicos? Nota-se que a população precisa de novos estímulos, nova vida e tem sede do Verão, época em que a cidade se enche de gente, de música e festas na Semana do Mar.


* Relativamente a Florbela Espanca é o nome do AirBus da TAP que me transportou hoje da Horta para Lisboa.
3 comentários:
É claro que a Florbela Espanca só podia ser o nome do avião...eheheh...dah... Tb eu viajem no Florbela Espanca qd fui p o Faial.
E a Florbela, Espanca?
beautiful blog,and very beautiful photos, compliments
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