Visita às Galerias Romanas na Rua da Conceição

Em 1771 durante a reconstrução da cidade de Lisboa, após o sismo de 1755, foram descobertas um conjunto de Galerias Romanas na Baixa Pombalina. Ontem pela 1ª vez desci ao subsolo lisboeta para conhecer a arquitectura e as técnicas de construção destas Galerias da época dos Imperadores Júlio-Cláudios (séc. I d.C.).
No meio da Rua da Conceição entre os carris do eléctrico 28 abre-se uma tampa de esgoto, surgem umas escadas de pedra e começamos a entrar num ambiente revestido a argamassa e pedra que cheira a terra molhada e nos transporta à época romana em Portugal.

Poque construiram estas Galerias? Seguramente uma das suas funcionalidades estava ligada ao armazenamento de géneros e bens dada a localização junto ao porto nessa época. Outros defendem tratar-se de um criptopórtico (construções abobadadas), i.e., uma plataforma erguida pelos romanos em terrenos instáveis ou de topografia irregular para suportar as edificações de grande dimensão.

A "Galeria das Nascentes" ou "dos Olhos de Água" mostra a fractura provocada por um sismo ocorrido talvez nos séc. IV ou V e a partir da qual brota a água que invade todo o recinto, mantendo um nível constante de cerca de 1m de altura. Nos 3 dias de visita às Galerias os Bombeiros retiram a água para podermos aceder a este monumento.

Fiquei também a saber que a zona do Rossio estava na época romana a menos 7m do que o temos actualmente e foi um Circo Romano, enquanto a Praça da Figueira teve o uso de cemitério romano.