Ando a fazer um apanhado geral dos danos verificados nos equipamentos escolares por acção sísmica. Seguem-se alguns casos:
Grande parte dos danos que ocorrem nas escolas é ao nível dos componentes não-estruturais. Se o sismo de Northridge (17 de Janeiro de 1997) tivesse ocorrido num dia de aulas milhares de crianças podiam ter sido gravemente feridas por elementos não estruturais (o distrito de Los Angeles contém 900 escolas e serve uma população de 800000 estudantes). Por exemplo, centenas de lâmpadas caíram sobre as secretárias das salas de aulas. Felizmente as escolas não estavam ocupadas nesse dia.
As perdas materiais, nas 5500 escolas afectadas pelo sismo de Northridge, foram estimadas em 140 milhões de dólares.
O terramoto de Cariaco (Venezuela, 1997) provocou a morte a 30 estudantes devido à queda de colunas, nos edifícios escolares.
O evento sísmico que atingiu a Turquia, em 1999, provocou importantes danos ao nível dos equipamentos escolares, destruindo ou danificando muitas escolas primárias e secundárias de várias províncias do oeste da Turquia, atingindo 36000 estudantes e 1140 professores. O número de escolas destruídas ronda as 43 e 380 equipamentos escolares ficaram danificados. As perdas materiais foram estimadas em 40 milhões de dólares e 550000 estudantes ficaram prejudicados. Um factor a ter atenção é que um dos edifícios escolares era atravessado por uma falha sísmica em Yuracik.
A 4 de Junho de 2000 o sismo de Bengkulu (oeste de Sumatra) destruiu 136 escolas e danificou 116.
A 26 de Dezembro de 2001, o estado de Gujarat (Índia) foi devastado por um terramoto de magnitude 7.7. Mais de 13800 pessoas morreram e 167000 ficaram feridas. Um total de 1884 escolas colapsaram e 11761 sofreram danos graves. Em 1999 o Departamento de Educação Primária lançou um programa que consistia na construção de 6000 edifícios, usando pré-fabricados para uma mais rápida construção. Cerca de ¾ das novas construções colapsaram ou ficaram danificadas.
O número de mortos e feridos poderia ter sido muito maior caso o sismo não tivesse ocorrido no dia 26 de Dezembro (feriado nacional), em que grande parte da população estudantil se encontrava em casa ou em espaços abertos, nas comemorações.
O terramoto de 31 de Outubro de 2002 que atingiu Molise (Itália), causou o colapso da escola em San Giuliano di Puglia, provocando a morte a 27 crianças e uma professora.
O sismo de magnitude 5.4 e intensidade máxima de VIII vitimou 30 pessoas, 28 estavam na escola.
Em Portugal temos o caso do sismo de 1 de Janeiro de 1980, na ilha Terceira – Açores, em que a Escola Secundária de Angra do Heroísmo foi danificada. “Na zona do ginásio verificou-se fendilhação e desalinhamento no troço superior dos pilares e alguns danos nos elementos não estruturais da fachada (fendilhação e abertura das juntas de ligação dos painéis de alvenaria aos pilares). As causas dos danos ocorridos são neste caso claramente conhecidas – acção acidental dos sismos (causa natural) e deficiência de projecto traduzida pela falta de armaduras longitudinais e transversais dos pilares (causas humanas)”. (in, “10 Anos após o Sismo dos Açores de 1 de Janeiro de 1980”. Oliveira, C.S.; Lucas, A.; Guedes, J.H.C.)
O que poderá acontecer nas cidades de Lisboa, Almada ou Oeiras, por exemplo?
5.7.05
Danos nas Escolas
Fonte: Terramota às 14:33
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