AZULEJO-cerâmica quadrada com uma das faces decoradas e vidrada.
Em Portugal assume uma importância artística pela longevidade do seu uso, sem interrupção durante séculos e pelo modo de utilização para adornar fachadas e pavimentos. É a nossa arte ornamental por excelência.
A presença árabe na Península Ibérica fez-se sentir pela permanência da prática cerâmica, sendo Sevilha o grande produtor até meados do séc.XVI.
Destaque para os azulejos alicatados e enxaquetados, estes últimos consistiam em azulejos de cor lisa que, na sua alternância iam criando malhas decorativas. Apesar de serem baratos a sua aplicação era complexa, lenta e dispendiosa, levando ao seu abandono.
No séc. XVI surge a abolição de tudo o que lembra a arte islâmica. Os ceramistas italianos e flamencos são agora os grandes artistas que pintam directamente sobre o azulejo e realizam composições monumentais (ex. Capela de S. Roque, Lisboa).
O séc. XVII é o século do grande esplendor do azulejo. Face às dificuldades económicas que não permitiam acesso às tapeçarias, mármores, pinturas e vitrais, aliando o facto dos portugueses terem já larga experiência no campo das artes e da cerâmica, o azulejo é aproveitado como material decorativo. Aparecem numerosos exemplares de composições geométricas em xadrez e formas mais complexas, como os "azulejos de caixilho" que modelam as superfícies onde se encontram aplicados.
Surgem os célebres "tapetes" do séc. XVII, formados pela repetição de padrões policromos (quadrados de 4, 16, 36 ou mais elementos). Os vários tapetes cada um com o seu padrão, justapostos e emoldurados por faixas, revestiam de alto a baixo as paredes das igrejas e por vezes o próprio tecto.
O séc. XVIII é o período da Grande Produção coincidente com o reinado de D. João V, a que corresponde o uso dos maiores ciclos de painéis historiados jamais executados em Portugal. Para além dos temas religiosos encomendados pela Igreja, utilizam-se agora para os palácios cenas bucólicas, albarrabas (vasos floridos), cenas mitológicas, de caça ou relacionadas com o dia a dia do cortesão, bem patente nas "figuras de convite" colocadas nas entradas.
A época pombalina ficou igualmente marcada por um tipo de azulejaria utilitária que surgiu após o Terramoto de 1755 e que era colocado nas fachadas exteriores como protecção contra as grandes catástrofes.
No período Neoclássico (séc. XVIII-XIX)os azulejos são silhares baixos, articulam-se com os afrescos, com os fundos brancos, desadornados, com uma variedade de temas e composições que tornam esta produção uma das mais surpreendentes.
9.2.05
"zulij"
Fonte: Terramota às 14:15
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